Danária

Um Santos sem Robinho

por Aluísio Gomes




O Homem do ano (O Homem do Ano, Brasil, 2003) de José Henrique Fonseca parece aqueles times de futebol, bem arrumados com todos desempenhando perfeitamente seu papel. Mas o craque do time, o que decide o jogo, não esteve bem. Falta um Robinho para dar umas pedaladas. José Henrique Fonseca, em sua estréia no longa-metragem se saí muito bem; consegue fazer um filme ágil, se relaciona muito bem com a câmera, um excesso de merchandising aqui e ali, mas nada que comprometa. A narrativa em off já não é mais nenhuma novidade, já foi visto, e como, em Cidade de Deus, no entanto funciona bem aqui. Além do primor técnico do filme, as atuações do elenco também não comprometem.

Murilo Benício está bem como o anti-herói, Máiquel, jovem que tem sua vida mudada a partir da perda de um aposta, apesar de seus personagens sempre parecerem ter problema na fala. Cláudia Abreu faz a mulher e não compromete. Jorge Dória faz um dentista que parece ter sido retirado de um conto de Nelson Rodrigues e interpreta rodrigueanamente. Natália Lage está linda e sexy como uma ninfeta de 15 anos.

Ok, apresentado os personagens principais vamos a história que em si é ótima. Máiquel vê-se obrigado a pintar o cabelo de loiro porque perdeu uma aposta. Ele gosta tanto do resultado que vai com a cabeleireira Cledir (Cláudia Abreu) comemorar o
resultado num bar. Lá é provacado pelo bandido Suel (Wagner Moura, ótimos nos três minutos que aparece no filme) e marca um duelo com o mesmo. O personagem de Benício passa a noite em claro tendo evitar o confronto, mas se vê impelido pelo destino em mata o marginal.

A partir daí Máiquel vira herói da comunidade, entra numa escalada de assassinatos e poder que ele não consegue se livrar, na verdade ele não tenta muito depois da primeira hora de filme. Ótimo argumento baseado no best-seller O Matador, de Patrícia Melo. O roteiro do filme ficou a cargo do mestre da moça, Rubem Fonseca, talvez o maior nome do gênero policial no Brasil. Parecia gol certo, mas Fonseca peca nos fracos diálogos e na condução da história. Uma pena, seria um golaço.


Serviço:
O Homem do ano (O Homem do Ano, Brasil, 2003)
Em exibição nos cinemas dos Shoppings Recife e Tacaruna.

Fotos: Divulgação.



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